Mergulhar

Quero ir mais longe. Isso! Já me decidi.

Sabe aquelas promessas de início de ano?

Estou nessa fase. Tenho tantos planos que não estou dando conta de me organizar e de pensar se o dinheiro cobrirá tantos projetos.

Desde pequeno aprendi que é preciso arriscar. Isso em todos os aspectos da vida.

Nossa, quantas vezes eu me arrependi de raspar meu cabelo e chegar em casa me olhar no espelho e pensar “onde eu estava com a cabeça?”. Ou então, perder algumas oportunidades de relacionamentos com medo de me machucar. Ô cabeça oca.

A maturidade vem aos poucos, aos anos... Não adianta correr ao encontro dela.

Aos meus 27 anos penso muito antes de falar, de agir, de tomar atitudes. O que é mais bacana é que eu ainda continuo quebrando a cara. É preciso. Ainda bem. A gente aprende assim.

Viver é muito louco. Deus nos dá só uma vida. Eu não acredito em reencarnação. Isso é bobeira. “Quem sabe faz ao vivo”. Caindo, levantando, ganhando, perdendo, rindo, chorando... É um ciclo.

Medos? Tenho muito. Lembrei agora na época do colégio, no primeiro ano, que no recreio só falavam da “loira do banheiro”[risos]. Tinha gente que jurava que já fora atacado por ela.

Hoje eu fico receoso com o desemprego. Muito triste você chegar no final do mês e não ter o salário para pagar suas coisas. Já corri muito atrás de agências de empregos. Eu fazia um roteiro, bem organizado, e ficava o dia inteiro entregando currículos.

Você ainda acha que as coisas caem do céu? Acha-se que sim, ótimo. Continue no sofá.

Eu acho que não.

Vou lançar minha rede em águas mais profundas. Vou mergulhar de cabeça. Se os meus sonhos serão realizados ainda é uma dúvida. Eu quero tentar.

Dedico esse texto ao meu amigo George Santos, a quem desejo os mais sinceros votos de felicidades.

Fábio Ventura